Meu primeiro emprego fora no departamento de cobranças numa pequena loja de minha cidade natal. Foram dias inesquecíveis! Foi lá que aprendi como as pessoas são tão diferentes, como conseguem oscilar seu humor tão rapidamente, como são ágeis em inventarem desculpas e histórias fantásticas por não terem pago suas contas. Ao longe, montado numa velha “caloi cross” via o cliente em frente a sua casa rindo, conversando e fazendo gestos. Logo que estacionava minha bicicleta e me apresentava a mudança facial era impressionante! Parecia tão rápida quanto a luz. Ouvi todo tipo de desculpas, estórias, e invenções tão perfeitas que até o autor acreditava ser verdade! Eram assim os clientes que cobrava. Alguns inventavam estórias que sustentavam por dias, até que a verdade viesse à tona. Uma dívida precisava ser paga, e desculpas não a liquidavam. Apesar de ouvir inúmeras histórias, inclusive algumas nos comoviam, a dívida não era saldada. Por isso eu me considerava uma pessoa indesejada. Parecia aqueles “estraga prazer”. Em nossa vida espiritual temos cenas semelhantes. Provavelmente o credor enviou-lhe cobradores para que sua dívida seja saldada. Ao longo de sua jornada você pode ter contraído uma dívida muito grande contra você mesmo. O credor não aceita desculpas! Ele quer a dívida paga, saldada. Contudo, desculpas, histórias e protelações nunca quitarão sua dívida. Quem sabe ela vem se arrastando há anos e sobre ela tem incidido juros, multas e correções monetárias. Sua dívida para com o pecado nunca será paga! Porém, existe um fiador de nossa dívida. Sim, quando sua dívida não é paga o fiador é acionado. Seu fiador? Jesus Cristo! Ele afiançou nossa dívida, ou seja, a comprou. Ele, Jesus Cristo, pagou o preço com juros, multas e as devidas correções (1 Timóteo 2:5,6). Com o preço pago, sua dívida passou a ser para com Cristo (1 Coríntios 5:20; 7:23). Sim, afinal ele pagou toda nossa dívida para com o pecado, e o “castigo que nos trouxe a paz estava sobre ele” (Isaias 53:5). Para com seu credor não adianta mudar a expressão facial ou corporal, fingir derramar lágrimas, expressar-se de forma a acreditar que o credor se compadecerá. O credor nunca lhe perdoará. Mais o Cristo da Cruz pagou nossas dívidas! (1 João 4:10). O credor ainda bate à sua porta? Sua conta está altíssima? Não sabe como pagá-la? Acione seu fiador! Sim, ouça como fazê-lo:
Primeiro: “Se confessarmos os nossos pecados, ele é fiel e justo para nos perdoar os pecados, e nos purificar de toda a injustiça.” (1 João 1:9) .
Confessar pecados não é o ato de expor você à vergonha, como costumam fazer os cobradores. Confessar os pecados é ajoelhar-se diante do Todo Poderoso e suplicar-lhe o perdão por termos vivido num caminho mal. Sua palavra nos garante que Ele nos ouvirá, perdoará nossos pecados e nos purificará. Ele rasgará a “nota promissória” da nossa dívida.
Segundo: “Arrependei-vos, pois...” (Atos 3 : 19).
Ter a dívida paga não é andar anos e mais anos atrás de rituais afim de saldar sua dívida. Ter a dívida paga é arrepender-se, ou seja, confessar de todo o coração nossos atos indecorosos e pecaminosos.
Terceiro: “...e convertei-vos, para que sejam apagados os vossos pecados, e venham assim os tempos do refrigério pela presença do SENHOR,” (Atos 3:19).
Converte-se significa mudar de direção! Imagine-se dentro de um automóvel numa auto-estrada. À frente tem uma placa onde se lê: último retorno antes do pedágio! Se você insistir em andar neste caminho o fará conscientemente. Você terá dinheiro para o pedágio? É claro que nas estradas atuais temos de pagar pedágios, mais na da vida, nosso credor obriga-nos a isto quando não precisaríamos pagá-los, pior, não podemos sequer saldá-los. Assim, a placa de advertência do Senhor salta-nos aos olhos: “Pegue o caminho de volta antes do pedágio!”.
Quarto: “A saber: Se com a tua boca confessares ao Senhor Jesus, e em teu coração creres que Deus o ressuscitou dentre os mortos, serás salvo.” (Romanos 10:9)
“São apenas estes quatro passos?” – Pode ser que você tenha se perguntado! Sim, e reafirmo, são apenas alguns pequenos passos que para muitos se tornam difíceis de andar: Confessar, arrepender-se, converter-se e crer.
Isso mesmo. Confessar para Deus nos ouvir, arrepender-se de todo o coração para Deus ver nossa sinceridade, converter-se para Deus perceber nossa vontade de mudar e crer. Crer que ele nos auxiliará a prosseguir, que abastecerá o tanque do combustível de nossas vidas até o derradeiro dia, crer que podemos andar tranquilamente pois os pedágios foram arrancados das estradas, crer que a dívida foi paga, crer que ele é fiel e que nos salvará dos perigos desta vida!
Por fim, Deus quer saldar nossa dívida integralmente, sem parcelamentos nem protelações. Quer que isso aconteça? Volte ao ponto número um!
Deus em Cristo vos recompense por seu ato!
Ev Marco Antonio Pereira
Ministro do Evangelho
AD Umbará – Curitiba-PR
Março/2011
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